Fim de ano Ceicine: realização de seminário sobre coproduções internacionais

Centro Cultural de Ceilândia recebe seminário sobre coproduções cinematográficas





Citando vários trabalhos contemporâneos, as vantagens do modelo de coprodução cinematográfica internacional e o cenário desse modelo na produção brasileira, a cineasta, Doutora em Comunicação e Professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) da UnB, Dácia Ibiapina, fez a abertura do Seminário “Cinema no Brasil: possibilidades através das coproduções internacionais”, no Centro Cultural de Ceilândia, realizado no dia 22 de novembro. O evento foi resultado de contrapartida de apoio recebido do Edital de Intercâmbio e Difusão Cultural do Ministério da Cultura (MinC).



É um tema espinhoso no Brasil, porque ainda não temos essa cultura de coprodução”, disse Ibiapina, abrindo o debate. “Para fazer cinema, a gente precisa de parceria em todos os níveis, e a coprodução é um tipo de parceria que pode ser muito importante. Mas a gente tem dificuldade de fazer parceria até aqui no DF, entre as produtoras, entre diretores, entre técnicos. É sempre difícil parceria. E esse nível de parceria de coprodução internacional também é complicado, mas tem outro lado da coprodução que é interessante: se quisermos fazer um filme em Brasília em coprodução com a França, temos que fazer um filme que possa interessar e ser compreensível para além do DF, para pessoas de outros idiomas, de outros países”, destacou a cineasta Dácia Ibiapina.
Já Flávia Rocha, realizadora do seminário, informou sobre os principais dados e resultados da sua pesquisa de mestrado, a dissertação “Coprodução cinematográfica internacional e a política audiovisual brasileira (1995-2010)”. “No Brasil, há acordos bilaterais com 11 países. No período de 1995 a 2010, foram produzidos no Brasil 93 longas-metragens independentes em coprodução, sendo a maioria com Portugal (45), Chile (16) e Argentina (12)”, informou.
Além disso, falou sobre o Ibermedia, um programa de estímulo à promoção e à distribuição de filmes ibero-americanos, que faz parte da política audiovisual da Conferência de Autoridades Cinematográficas Ibero-americanas (CACI); citando também o fundo francês Fonds Sud, criado em 1984, o primeiro a promover o filme de cooperação com países em desenvolvimento; e o fundo holandês Hubert Bals, criado em 1988.
“Para os cinemas nacionais, não oriundos de Hollywood, a coprodução é um mecanismo de extrema importância, tendo como principais possibilidades: fusão de recursos financeiros; acesso a incentivos e subsídios de governos estrangeiros; acesso ao mercado do parceiro; benefícios culturais; acesso ao mercado de países terceiros; redução de risco; além da possibilidade de troca de aprendizado entre os parceiros”, apontou Flávia Rocha, apresentando, em seguida, as experiências dos cineastas do filmes “O Céu de Suely”, “Federal” e “Do Começo ao Fim”.
Adirley Queiroz, diretor e roteirista do filme “Rap O Canto da Ceilândia” [2005], e integrante do Coletivo de Cinema em Ceilândia (CEICINE), também participou das discussões.

O encontro foi uma contrapartida de projeto da pesquisadora Flávia Rocha patrocinado pela Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura e contou com apoio da Ceicine.

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